segunda-feira, 21 de março de 2011

As graciosas mulheres de Mucha

Estudo


Alfons Maria Mucha foi um ilustrador e designer gráfico tcheco, e um dos principais expoentes do movimento Art Nouveau. Nasceu em 1860 em Ivancice, pequena cidade da Morávia, atual República Tcheca, e faleceu em Praga em 14 de julho de 1939, após a invasão dos alemães. Seu nome foi frequentemente utilizado como sinônimo desse novo movimento na arte, tendo sua fama se espalhado pelo mundo.
Retrato de Alfons Maria Mucha
Foi para Paris, em 1887, onde estudou pintura na tradicional Académie Julian. Depois de passar mais de sete anos em dificuldades financeiras, trabalhando por baixos salários e passando fome, conheceu Sarah Bernhardt, importante atriz francesa, com quem assinou um contrato de seis anos para desenhar cartazes, cenários e figurinos para suas peças. Mucha, com a idade de 34 anos, alcançou sucesso imediato, após sete anos de trabalho duro.

Cartaz para a peça Gismonda, de Sarah Bernhardt
Em 01 de janeiro de 1895, apresentou o seu novo estilo para os cidadãos de Paris. No cartaz para a peça Gismonda, de Sarah (acima), ele testou seus conceitos de arte que vinha desenvolvendo, em que acreditava: tudo pode e deve ser arte. O cartaz foi a consagração de sua arte e do estilo que lançava. Seu estilo era baseado em uma composição forte, curvas sensuais a partir da natureza, refinados elementos decorativos e cores naturais. Os preceitos Art Nouveau foram utilizados, também, mas nunca às custas da sua visão. 
       
Estudos a lápis para o seu livro Documents Decoratifs
Em 1900, Mucha desenhou o Pavilhão Bósnia-Herzegovina para a Feira Mundial de Paris. Paralelamente, fez uma parceria com o ourives Georges Fouquet na criação de jóias baseadas em seus desenhos. Também publicou o livro Documents Decoratifs, numa tentativa de transmitir suas teorias artísticas para a próxima geração, no qual ele forneceu um conjunto de esquemas do estilo Mucha, que seus imitadores não perderam tempo em utilizá-lo.


Patriota, Mucha considerava o seu sucesso como um triunfo para o povo checo, tanto quanto para si mesmo. A partir de 1909 pintou uma série de murais para o Salão do Lord Mayor, em Praga. Também começou a planejar "A Epopéia Eslava" - uma série de vinte grandes telas narrando a história do povo eslavo, que levou 18 anos para completar. 
 
Salão do Lord Mayor, em Praga

Nos últimos anos de sua vida, seu trabalho ainda era bonito e popular, mas não era mais "novo" - um crime hediondo aos olhos dos críticos. Quando os alemães invadiram a Checoslováquia, em 1938, ele ainda era influente o suficiente para ser uma das primeiras pessoas a serem presas. Retornou para casa após uma sessão de interrogatório da Gestapo, vindo a morrer pouco depois.

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As graciosas mulheres de Mucha


As graciosas figuras femininas que povoam suas obras evocam uma época de grandes transformações na arte, quando realistas, impressionistas e simbolistas romperam definitivamente com os modelos greco-romanos, defendidos pelos academicistas. Com suas curvas sensuais e cores evanescentes, suas musas adquiriram uma notoriedade tal que chegaram aos nossos dias sem nunca perder a graça, apesar de tantos movimentos de arte que sucederam o Art Nouveau.


Inúmeros são os exemplos de sua arte utilitária, como cartazes, embalagens, barras decorativas, além de jóias, móveis e cenários para peças de teatro. Seus temas permanecem imortais, e não se podem esquecer as maravilhosas telas que pintou retratando figuras da sociedade ou temas do cotidiano.


Notáveis são os conjuntos de painéis que ele criou para a Gráfica Champenois, quatro grandes imagens em torno de um tema central: as quatro estações do ano, as quatro horas do dia, quatro flores, entre outros. A maioria desses conjuntos foi criada para o mercado de colecionadores e impressos em seda. 
 




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