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terça-feira, 21 de junho de 2011

O Precioso Legado de Ingres


Jean-Auguste Dominique Ingres (29 de agosto de 1780 - Montauban - 14 janeiro de 1867 - Paris) foi um célebre pintor e desenhista francês, atuando na passagem do Neoclassicismo para o Romantismo. Foi discípulo de Jacques-Louis David, tendo se formado em sua oficina.
A grande Odalisca - 1814 - Ingres
Um homem profundamente respeitoso com o passado, Ingres assumiu o papel de guardião da ortodoxia acadêmica contra o estilo romântico ascendente, representado por seu opositor Eugène Delacroix, permanecendo fiel aos postulados neoclássicos do seu mestre David ao longo de toda a vida. Passou muitos anos em Roma, onde assimilou aspectos formais da arte de Raphael e do maneirismo.
Napoleão - óleo sobre tela  - Jean-Auguste Dominique Ingres
Ingres sobreviveu um bom tempo à época de predomínio do seu estilo, dado que morreu em 1867. Seus modelos, como ele explicou uma vez, foram "os grandes mestres que floresceram naquele século de gloriosa memória, quando Rafael definiu os limites eternos e incontestáveis do sublime em arte ... Eu sou assim um conservador da boa doutrina, e não um inovador ".
Embora ele se considerasse um pintor histórico, na tradição de Nicolas Poussin e de David, no final de sua vida eram seus retratos, pintados e desenhados, que foram reconhecidos como seu maior legado.

Princess de Broglie - 1851-53 - Ingres

Suas elegantes figuras femininas, representando a nobreza e a burguesia de sua época, são um testemunho vivo da graça e da beleza da mulher parisiense, do luxo dos salões dos palácios e mansões das classes mais abastadas, assim como da moda e dos costumes de sua época.

Delphine Ramel, Madame Ingres - lápis - Ingres
Delphine Ramel, Madame Ingres - óleo sobre tela - Ingres
Os retratos de família, trabalho que Ingres considerava menos importante, foi o que muitas vezes o sustentou, visto que era muito requisitado pela sociedade da época. O cuidado com que captava as expressões, os costumes e trajes revela sua grande sensibilidade como observador do cotidiano. 

Louis François Bertin, 1832
Óleo sobre tela, 95 x 116 cm
Museu do Louvre, Paris, França

Notórios também são seus retratos masculinos, em que consegue, com maestria ímpar, captar o espírito, o caráter e a ideologia de uma época, na figura dos seus retratados. Sentado numa simples cadeira contra um fundo sóbrio, Bertin, o fundador e director do Journal des Débats, simboliza a burguesia liberal e as suas instituições. Esta retrato soberbamente delineado é considerado um dos melhores do século XIX e sem dúvida uma obra-prima de Ingres.

Mademoisele Reviere - Ingres
Não obstante a crítica moderna tender a considerar Ingres e os outros neoclássicos de sua época como tendo incorporado o seu espírito romântico, suas distorções expressivas de forma e espaço fazem dele um importante precursor da arte moderna. É considerado hoje um dos mais importantes nomes da pintura do século XIX.

Rogerio libertando Angélica - J.A.D. Ingres
As irmãs Kaunitz - Ingres 
Paganini - Ingres

Família Stamaty - 1818  Ingres
Madame Victor Baltard, Adeline,  e sua filha Paule - Ingres
Joseph Woodhead e sua esposa Harriet, com e seu irmão Henry-George Wandesford - Ingres
A odalisca e a escrava - Ingres
O Consul Napoleon Bonaparte -Ingres
Banho turco - 1862 -  Ingres
Já nos últimos anos de sua vida, Ingres se deleitava em pintar as mulheres em sua intimidade, nos banhos turcos, temática que muitas vezes retratou. Neste quadro acima, datado de 1862, ele retrata, em primeiro plano, aquela que foi talvez a sua musa inspiradora, cuja imagem ficou perpetuada na famosa tela conhecida como "a banhista de valpinçon".

terça-feira, 18 de maio de 2010

Bouguereau, mestre do academicismo


Adolphe-William Bouguereau, pintor francês (La Rochelle, 1825-1905) dedicou-se à pintura academicista. Professor de pintura na Escola de Belas Artes de Paris, após 1850, opôs-se firmemente aos pintores impressionistas, especialmente Edouard Manet (1832-1883), colocando-se como defensor intransigente da pintura acadêmica. Sua técnica incontestável, sua meneira suave e detalhista podem ser observadas em toda a sua obra. O academicismo nos remete ao estilo pictorial do Renascimento, e é possível perceber a semelhança entre a temática e a composição das obras de Bouguereau com as madonas de Rafael e as pinturas de Michelângelo.

Em seu tempo, a academia de Belas Artes de Paris exigia de seus participantes que produzissem tabalhos que evocassem a mitologia greco-romana e os temas épicos, como as vitórias de grandes generais da antiguidade, as conquistas de Napoleão, ou temas religiosos.



Mas os temas em que ele mais se revela como grande mestre, a meu ver, é  na representação de cenas do cotidiano, mães com crianças, crianças brincando, cenas do campo, trabalhadores, pessoas, enfim. Nesta pequena amostra podemos contemplar a beleza e leveza das composições deste notável mestre da pintura, sua maestria em combinar as cores, e exprimir os sentimentos humanos...